quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cupido

És anjo rosa e arqueiro experiente!
És o mensageiro do amor,
Mas disparas aleatoriamente,
Não procuras quem aguente a dor,
De um fogo surgido interiormente!
És o culpado da causa perdida,
A imagem do amor eterno,
És causa da velha ferida,
Retratada pelo poeta romântico,
És criação da loucura desmedida,
És perdão que atravessa o Atlântico!
És culpa da perda,
De alguém que não nos é nada,
És o grande porta-voz.
Da nossa causa desenfreada!
Uma e outra vez insistes,
Em fazer de mim um alvo,
Disparas com toda a calma contra mim,
E não vês, na dor um entravo.
Prometes-me mundos sem fim,
Nos braços dela cobertos,
Pelo mais suave manto de cetim,
Mas gozas com os momentos,
Em que lhe digo "amo-te",
Parece que uma explosão ocorre,
No fundo do meu ser,
E a poesia corre,
Sem destino, sem saber.
Levas-me a ultrapassar as barreiras mais básicas,
Linguísticas ou culturais,
Só para esbarrar,
Contra momentos estruturais!
Eu culpo-te a ti,
Por todo o sofrimento que passei,
Mas adoro-te como anjo,
Por todo o amor sentido,
Embora goste de pensar com cabeça e coração,
A tua seta faz-me escolher um partido,
E com o coração falo,
"Amo-te",
E então serei para ela,
O seu príncipe a cavalo!

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