segunda-feira, 29 de março de 2010

Sem Destino - Capitulo 1 - Mais um dia - PARTE III

Cheguei ao tribunal faltavam 20 para as 9h, tive de apanhar o autocarro pois a minha namorada tinha levado o carro para o trabalho, Joana era educadora de infância, tinha-a conhecido por “azar”, digamos que nunca se deve chamar “filho –duma-leitoa” a um motoqueiro com possivelmente o dobro do nosso tamanho e quase certamente o triplo do peso; Levei o tareão da minha vida - mas conheci a minha namorada à custa disso e até hoje estou feliz com esse facto! Só me recordei de ter acordado no hospital rodeado de raparigas, algo que teria sido extremamente agradavel, não fosse a enfermeira me ter injectado alguma especie de líquido semi-transparente e eu ter perdido novamente os sentidos. Quando despertei novamente apenas uma das anteriores raparigas se encontrava lá:

- OI, como te sentes? – Perguntou com um ar verdadeiramente preocupado.

-Ahhhh… - Tentei inutilmente falar, passei os dedos cobertos de ligaduras pelos lábios, soltei um gemido de dor – teria saido um palavrão se conseguise falar – tinha os lábios com o dobro do seu real tamanho e o de baixo conseguia senti-lo rebentado e saborear o sangue ao percorre-lo com a língua.

- Calma rapaz, eu vou avisar a enfermeira que já acordas-te – Disse levantando-se apresadamente.

Passado uma fracção de segundos reapareceu acompanhada de uma enfermeira com cerca de 1m60, cabelo ondulado castanho claro com um corte bastante prático a dar-lhe pelos cotovelos, olhos azuis bem abertos, olhar maternal e uma feições alegres, apesar da obvia preocupação estampada no rosto:

- Oi filho, como te sentes? – Tentei responder-lhe mas da minha boca só voltou a sair o mesmo “ahhhh…” – É normal não conseguires falar, descança, se precisares de algo basta carregares nesse botão ao teu lado direito – Disse apontado para um botão vermelho do tamanho de uma bola de golfe – E bem que podes agradecer à minha filha e às amigas por estares vivo, senão tivesse ligado para o 112 assim que te viu, o mais certo seria nunca chegarmos s ter esta conversa.

Olhei para o meu anjo da guarda com cabelos loiros como ouro, cabelo longo, olhos azuis com cerca de 1m70, linda como só um verdadeiro anjo pode ser, e ela acentiu, deve ter percebido que agradecia da única maneira que me era possível!

Passei 3 semanas acamado, não conseguindo falar durante pelo menos metade desse tempo. A única visita regular que tinha foi Joana, que me chegava assim que a hora de visitas começava e só abandonava o meu quarto quando essa terminava ou alguém me vinha visitar. Assim que consegui falar fomos tendo conversas longas e diversicadas e assim que sai do hospital convidei-a para Jantar, passado uma semana namoravamos. Esta relação já durava à 3 anos e eu estava tão feliz quanto me era possível e acreditava que Joana poderia realmente ser “aquela”, mas um fado diferente estava traçado!

Após procurar nos arredores do tribunal pelo “Flôr de Outono” – café onde Pedro estaria à minha espera – decidi telefonar-lhe.

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