terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Desistir

Já nada temo,
Na alvorada fria e nebulosa,
Acabou o sonho,
Do regresso ao reinado de D. Sebastião.
Entrego as armas,
Levanto as mãos bem alto,
Vibra o pano branco,
Da derrota, da minha rendição.
Foi-se a confiança,
Expirou-se a esperança,
Chegou ao fim a tempestade,
Sem resido de bonança.
Entrego-me às massas,
Que deixaram de lutar,
Por um país,
Que quis, que é meu lar.
Por onde olhe vejo desespero,
Fome e pobreza,
Nem a mais jovem das crianças,
Tem o sonho da riqueza.
Canudos ao ar,
Festejem pela alvorada,
Licenciados por empregar,
Recebem o rendimento mínimo,
Pois receiam arriscar.
Ouve-se nas rádios e telejornais:
“CRISE SEM PRECEDENTES”
Enquanto se vê as manchetes,
Referentes aos presidentes:
“POLÍTICOS LUTAM CONTRA A CRISE,
NO SEU MEGA-JANTAR”.
Como me pode alguém, pedir para lutar
Por este país acabado,
Outrora império temido,
Em lendas refugiado!?

Peço a todos, que como eu,
Desistiram de tentar,
Protejamos o nosso país amado,
Que à beira mar plantado,
Se resignou ao seu triste fado.
O destino é nosso,
A sua história também,
Pois o povo é maior,
Do que quem ocupa o palácio de Belém!

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